Published on 16.12.2019
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O que é CFD e como funciona o CFD Trading (Para Inciantes) Explicação do CFD Trading

Índice
  • O que é um CFD
  • Os benefícios dos CFDs
  • Negociação com conta margem
  • Um exemplo de operação alavancada com um bom gerenciamento de risco:
  • Facilidade e simplicidade nas operações de compra e venda
  • Ausência de requisitos para operações de Day Trade
  • Liquidez
  • Isenção de impostos e comissões
  • Hedge de portfolio
  • A imensa variedade de CFDs
  • Não expira, sem rolagem, sem comissões complicadas
  • Facilidade de negociação dos CFDs
  • Tutorial: Como Começar a Negociar CFDs?
  • Passo-a-passo para começar a negociar CFDs

O que é um CFD

A sigla CFD, como boa parte das siglas no mercado financeiro, origina-se do inglês e significa Contract for Difference, i.e., Contrato por Diferença. Trata-se de um contrato assinado entre uma parte compradora e a parte vendedora (normalmente um trader e uma corretora, ou vice-versa) em que ambos se comprometem a pagar a diferença entre o preço no momento da abertura do contrato e o preço do momento do seu fechamento.

Um CFD é um tipo de instrumento financeiro classificado como um derivativo. Como já sugere a terminologia, um derivativo é um instrumento financeiro cujo valor deriva de outro instrumento financeiro tecnicamente denominado ativo base. Um exemplo de derivativo são os Contratos Futuros de Café Arábica em que os contratantes negociam uma determinada quantia de sacas de café para entrega (ou para liquidação financeira) numa data futura determinada. O valor desse contrato é derivado a partir da cotação da saca de café do dia (ativo base) e da perspectiva de oferta e demanda do produto na data de vencimento do contrato.

Os CFDs começaram a ser desenvolvidos no início da década de 1990 na Inglaterra. Foi concebido como um instrumento útil para grandes fundos de investimento posicionados na Bolsa de Londres para realizarem operações de hedge (proteção). Uma operação de hedge é uma estratégia utilizada por grandes fundos de ações para reduzir a exposição às movimentações inoportunas do mercado de ações.

Duas características bastante práticas popularizaram os CFDs entre grandes investidores: a possibilidade de comprar e vender esse instrumento utilizando uma conta margem (alavancagem) e o fato da compra e venda de um CFD de uma ação não implicar na transferência da custódia dessas ações evitando assim o pagamento da taxa correspondente a essa operação.

Ao final da década de 1990, impulsionados pela popularização da internet, os CFDs começaram a ser disponibilizados por corretoras voltadas para o público de varejo — pequenos investidores, home traders, etc — que muito se beneficiaram com o advento das plataformas de negociação online. A facilidade e simplicidade de negociar por meio de CFDs tornaram esse tipo de instrumento altamente popular.

Praticamente todos os CFDs se caracterizam por funcionarem como espelhos de um ativo real. O CFD de uma ação negociada na Bolsa de Valores imita com perfeição quase absoluta os movimentos de valorização e desvalorização dessa ação na Bolsa de Valores. O mesmo ocorre com CFDs de outros instrumentos como índices, futuros, metais, etc. Nesse momento talvez o leitor esteja se perguntando qual a vantagem de negociar um CFD no lugar de comprar e vender diretamente o instrumento que ele espelha.

O benefício desse arranjo está na possibilidade de disponibilizar o acesso de um grande número de instrumentos de diferentes mercados de maneira simplificada. No passado, para que um trader pudesse especular com ações de outro país, era necessário abrir uma conta numa corretora (broker) com operações nesse país, fazer remessa do capital para esse broker, etc. Para especular índices como o CAC 40 (França) e o Nikkei 225 (Japão) era necessário abrir contas nesses países, enviar documentação, remessa do capital, etc.

O advento dos CFDs simplificou o acesso especulativo a esses mercados permitindo que o trader especule determinados instrumentos financeiros que normalmente não estariam ao seu alcance.

Outra característica que garantiu uma excelente acolhida dos CFDs pelo mercado está ligada a uma estrutura de custo-por-operação simplificada, cristalina e vantajosa. Especular no mercado acionário por meio de CFDs é uma alternativa para fugir de determinadas comissões cobradas pela Bolsa de Valores.

Os benefícios dos CFDs

Os benefícios dos CFDs não se limitam a comissões baixas. A seguir apresentamos uma lista dos muitos benefícios ligados ao trade com CFDs.

Negociação com conta margem

Um dos grandes benefícios ligados aos CFDs é, sem sombra de dúvida, a possibilidade de fazer negociações com uma conta margem. Margem e alavancagem são conceitos irmãos dentro do mercado financeiro. Significa que para abrir uma posição o investidor não precisa ter depositado 100% do valor, mas somente uma fração do valor total para abrir a posição desejada. A isso denomina-se negociação com conta margem. A fração a ser depositada dependerá da alavancagem que é oferecida pela correta. Alavancagem é um empréstimo temporário dado pela corretora para o especulador estritamente para fins de especulação. A magnitude da alavancagem varia de corretora para corretora e é usual uma corretora oferecer diferentes níveis de alavancagem para diferentes produtos financeiros.

Exemplo:

Digamos que deseja comprar o equivalente a US$ 20.000 em ações da Apple cotadas em US$ 200 (i.e. 100 ações).

Se fosse efetuar essa operação no mercado tradicional de ações comprando as ações seria obrigatório ter o equivalente a US$ 20.000 depositados na conta.

Essa mesma operação especulativa ocorre de maneira diferenciada se, no lugar de comprar as ações, o trader utilizar CFDs e uma corretora que ofereça conta margem. Se o broker (corretora) oferecer para esse tipo de operação uma alavancagem de 1:25 isso significa que a margem (o valor mínimo) requerido para essa operação equivale a 4% do montante total (1:25 significa 1 dividido por 25). Ou seja:

Para comprar US$ 20.000 em CFDs de ações da Apple cotadas em US$ 200 a ação o operador deverá ter no mínimo US$ 800 na conta margem o que é o equivalente a 4% de US$ 20.000. O valor restante, US$ 19.200, é oferecido/emprestado pela corretora (broker).

A isso se chama negociação com conta margem. Por meio de uma conta margem o especulador consegue movimentar valores consideravelmente maiores do que o seu capital disponível. Embora uma alavancagem de 1:25 seja um valor elevado para os parâmetros tradicionais do mercado financeiro não é, atualmente, o valor máximo oferecido. A depender do instrumento financeiro é possível ter acesso a alavancagens na ordem de 1:50 (2% de margem), 1:100 (1%) e até inacreditáveis 1:500 (0,2%).

Outro exemplo:

Uma operação de compra de 20 contratos de petróleo leve cotado a US$ 55 com uma alavancagem 1:50 (1% de margem). Cada contrato equivale a 1.000 barris de petróleo. Qual o valor total dessa operação e quanto de margem o operador deverá ter na sua conta?

20 contratos x 1000 barris x US$ 55 = US$ 1.100.000 (montante da operação)

US$ 1.100.000 x 1% de margem = US$ 22.000 (margem necessária)

O operador precisará ter no mínimo US$ 22.000 depositados na conta margem para comprar US$ 1.100.000 num CFD de petróleo leve (20 contratos a US$ 55).

A conta margem e a alavancagem permitem que o especulador faça operações de magnitude maior do que o seu capital disponível.

Esclarecimento importante

Margem e alavancagem são recursos similares ao acelerador e a potência do motor de um carro. É um recurso que se utilizado de maneira imprudente e irracional, sem a perícia necessária, leva inevitavelmente a grandes desastres e prejuízos. Traders profissionais utilizam amplamente as possibilidades oferecidas pela conta margem e pela alavancagem, mas sempre dentro de parâmetros em que o risco é rigorosamente bem avaliado. Antes de iniciar qualquer operação alavancada o operador define a perda máxima que essa transação poderá causar caso seja mal sucedida.

Esse processo de avaliação e mitigação do risco financeiro de operações alavancadas é denominado “gerenciamento de risco” (ou “gerenciamento de capital”). É uma das habilidades mais importantes para especuladores profissionais e amadores e o que determina em grande medida o sucesso ou o fracasso de um trader no mercado. Mesmo quando aplicado a uma estratégia de negociação com baixo número de acertos, o gerenciamento de risco tem por efeito elevar o resultado financeiro dessa estratégia.

É importante ressaltar que realizar operações alavancadas sem uma boa estratégia de gerenciamento de risco deixa de ser uma modalidade de investimento e de especulação. Operações alavancadas sem o adequado gerenciamento de risco são mais arriscadas do que apostas num cassino.

Operadores profissionais não esticam ao máximo a generosa alavancagem fornecida pela corretora. No exemplo anterior demonstramos a possibilidade de abrir uma posição no valor de US$ 1.100.000 em CFDs de petróleo leve com apenas US$ 22.000 de margem (alavancagem 1:50), mas, na prática, um operador responsável jamais manobraria uma posição tão grande com tão pouco capital. O tamanho da operação será dimensionada em conformidade com a estratégia de gerenciamento de risco adotada.

Um exemplo de operação alavancada com um bom gerenciamento de risco:

Paulo é um pequeno investidor com US$ 5.000 depositado na conta margem. Sua estratégia de gerenciamento de risco determina que deve arriscar no máximo 1% do capital depositado. Ou seja, dos cinco mil dólares, Paulo irá arriscar US$ 50,00 em cada transação. Ao analisar o mercado, Paulo visualizou uma boa oportunidade num CFD. Seu método de análise diz que é possível comprar GBP/USD (libra esterlina) em 1,2420 para vender em 1,2500 e que 1,2395 é um bom ponto para posicionar um stop loss (um stop loss é uma ordem que encerra uma operação caso a cotação não siga na direção prevista).

Resumo da operação:

  • Comprar GBP/USD @ 1,2420
  • Take profit: 1,2500 (+80 pips)
  • Stop loss: 1,2395 (-25 pips)
  • Risco/perda máxima: US$ 50,00 (1% de US$ 5.000)

Os pontos de entrada e de saída estão definidos. A perda máxima aceitável também está definida com base nessas informações resta uma única variável a ser definida: qual o tamanho da operação? Quantas unidades (ou lotes) de GBP/USD o operador deve comprar? A fórmula para isso consiste em:

  • Número de microlotes (1000 unidades) = (Risco : Número de pips no SL) : 0,1.
  • Número de microlotes = (50 dólares : 25 pips) : 0,1*
  • Número de microlotes = 20

Ou seja, o operador terá de comprar 20 microlotes de GBP/USD o que equivale a um volume de US$ 20.000.

* Obs: Se estiver operando minilotes (10.000 unidades) o multiplicador 0,1 deverá ser substituído por 1, o que no caso vai resultar em 2 minilotes, i.e., US$ 20.000.)

Para descobrir a margem utilizada basta multiplicar o volume da operação (US$ 20.000) pela alavancagem oferecida pelo broker (corretora). Se for uma alavancagem de 1:50 a margem utilizada vai ser de apenas US$ 400 dos US$ 5.000 disponíveis na conta.

É dessa maneira que traders profissionais utilizam a alavancagem de maneira prudente e responsável de modo a amplificar os ganhos ao mesmo tempo que o risco fica contingenciado dentro de um valor pré-estabelecido. Nesse exemplo, graças à conta margem e a alavacangem, o investidor consegue com muita segurança operar um valor quatro vezes maior do que seu depósito. Nada mau, não é mesmo?

Um exemplo de uso irresponsável da alavancagem:

Nesse exemplo que foi dado, se no lugar de definir o volume da operação de compra em função do risco aceitável, Paulo tivesse tentado alavancar ao máximo a operação o que é que aconteceria?

Se no lugar de abrir a compra de 20 microlotes tivesse aberto 200 microlotes, o prejuízo teria saltado para US$ 500. Numa única operação mal sucedida Paulo teria perdido 10% do seu capital investido, uma cifra desastrosa.

Facilidade e simplicidade nas operações de compra e venda

Outro benefício do CFD que o consagrou nos mercados financeiros é a facilidade com que se faz operações de compra e venda. É uma característica que impacta especialmente os traders oriundos do mercado clássico de ações. Para os especuladores que atuam nas Bolsas de Valores a operação mais frequente e comum é o de comprar uma ação antecipando sua valorização para depois — no mesmo dia (daytrading) ou passado algum tempo (swing trading) — vender essa ação para embolsar o lucro/prejuízo. Esse é um dos aspectos em que o mercado de ações se mostra bastante engessado.

A venda especulativa de uma ação não é uma operação comum e fácil numa Bolsa de Valores, sobretudo se a intenção for realizar uma operação de swing trade. Existem até tutoriais ensinando o complicado procedimento para vender ações a descoberto na Bolsa de Valores do Brasil. É um procedimento que envolve telefonar para a corretora, alugar ações de outro trader que tenha essas ações no seu portfolio, envolve datas de liquidação e pagamento de comissões, após o término da operação é necessário ligar novamente para a corretora, etc. É um procedimento bastante trabalhoso e complicado. Justamente por essa razão é que muitos dos operadores do mercado tradicional de ações só operam na ponta comprada, o que é um desperdício, pois todo um espectro de oportunidades é perdido.

Essa foi uma das situações que levaram ao desenvolvimento de produtos financeiros como o CFD. Realizar uma operação de venda com um CFD é radicalmente simples. Na verdade, não difere em nada de uma operação de compra, só que no sentido contrário. Numa compra, a valorização é lucrativa para o especulador; na venda, ocorre o inverso, a desvalorização do CFD é lucrativa para o trader vendido.

Um CFD de ações tradicionais como Coca-Cola, Apple, Microsoft, Amazon, etc., oferece a oportunidade para que o trader negocie nas duas pontas — comprado e vendido — aproveitando os movimentos de alta e baixa do mercado de maneira absolutamente simples sem as comissões, complicações e chateações do mercado tradicional de ações.

Ausência de requisitos para operações de Day Trade

CFDs são especialmente adequados para operações de day trading. Os motivos para isso são a excelente liquidez de um CFD e sua estrutura de custos (comissões) muito econômica. Outro aspecto imbatível é a grande variedade de produtos financeiros disponibilizados via CFDs o que torna possível ao trader selecionar a dedo o instrumento que estiver na melhor condição para operações de day trading naquele período.

Há vezes em que um determinado mercado financeiro ou uma ação ficam congestionados e com pouca volatividade o que pode impossibilitar negociações de curto prazo. A possibilidade de rapidamente acessar outra opção é muito salutar evitando que o investidor perca tempo e oportunidades.

Liquidez

A liquidez de um ativo determina a facilidade com que um especulador consegue abrir e fechar uma posição naquela cotação específica. Nem todos os mercados financeiros e nem todos os instrumentos financeiros possuem o mesmo grau de liquidez. Diversas variáveis influenciam a liquidez de um instrumento: número de operadores comprando e vendendo, horário do dia, o momento do mercado, o instrumento em si, etc.

Uma das consequências da falta de liquidez é o aumento do spread entre o preço de compra e venda do instrumento o que eleva os custos de compra e venda. Outra consequência é a maior ocorrência de slippage ao abrir/fechar uma posição. Slippage é a expressão utilizada para o desvio no preço após uma ordem. O especulador envia uma ordem para comprar a mercado quando a cotação estava em US$ 125,50, mas a falta de liquidez fez com que a ordem acabasse sendo executada em US$ 125,58, uma escorregadela (slippage) de 8 centavos.

O aumento do spread de compra e venda faz com que o preço de entrada do especulador não seja tão vantajoso quanto poderia ser.

Um exemplo: um determinado CFD está cotado na compra em US$ 125,55 e na venda em US$ 125,52 (3 centavos de spread). Se o trader abrir uma compra nesse preço será necessário que valorize 3 centavos para atingir o break even (empate, operação sem lucro ou prejuízo). Mas se a mesma compra for realizada com um spread de 15 centavos, ou seja, preço de compra em US$ 125,55 e preço de venda em US$ 125,40, uma valorização de 3 centavos não será o suficiente para atingir o break even. Para atingir o zero-a-zero o CFD terá de valorizar, no mínimo, os 15 centavos do spread. Isso significa que se tornará mais fácil encerrar a operação com prejuízo.

Como as corretoras normalmente funcionam como market makers dos CFDs, o instrumento acaba sendo blindado contra esse tipo de fenômeno, o que é uma vantagem para o especulador que consegue negociar num ambiente mais estável e previsível o que é vantajoso nas operações de day trading.

Isenção de impostos e comissões

No Brasil a compra e venda de ações está vinculada a uma estrutura complexa de impostos, taxas e comissões que encarecem a especulação no mercado. O operador precisa arcar com três taxas/comissões: corretagem, custódia e emolumentos; e pelo menos dois impostos: ISS que incide sobre a taxa de custódia e o Imposto de Renda sobre o lucro da atividade numa alíquota que varia de 15 a 20%. O conjunto de impostos e taxas corrói o rendimento conquistado pelo especulador.

Aqui também os CFDs se mostram vantajosos ao investidor. Mesmo em relação a CFDs de ações, não há incidência de taxa de custódia e emolumentos. A taxa de corretagem, que é a comissão do broker (corretora) pelos serviços financeiros prestados, normalmente está embutida no spread do CFD.

Desde sua origem o CFD foi um instrumento financeiro que alcançou grande aceitação no mercado em função da sua vantajosa estrutura de custos de operação e baixas comissões assim como uma baixa vulnerabilidade a impostos. Algumas dessas comissões cobradas no mercado financeiro tradicional podem parecer diminutas, mas perfazem um montante considerável ao longo de um ano inteiro de operação com juros compostos.

Hedge de portfolio

Operação de hedge é uma técnica utilizada por traders profissionais e gestores de fundos de investimento para proteção do capital em momentos de agitação no mercado. Não é, normalmente, uma técnica que se presta para obter ganhos financeiros. É utilizada em busca de estabilidade e previsibilidade. Um exemplo de operação de hedge:

Paulo é um investidor que concentra seus investimentos no mercado tradicional de ações. É adepto do Buy & Hold utilizando sobretudo análise fundamental para se posicionar.

Ao longo dos anos Paulo formou uma posição comprada considerável em ações da Coca-Cola e da Amazon encarteirando muitas ações. As análises de Paulo fazem-no acreditar que a tendência dessas ações ao longo dos próximos 20 anos é de valorização contínua de modo que não vai se desfazer (vender) sua posição. No entanto, Paulo detectou que o mercado ingressou num ciclo de baixa que provavelmente vai durar uns 5 anos. Paulo deseja preservar a valorização do seu portfolio durante esse período de crise. O remédio financeiro nesse contexto é apelar para uma operação de hedge.

Paulo está comprado em ações da Coca-Cola e Amazon. Digamos que em cada um desses ativos ele esteja com uma posição de US$ 50.000 (US$ 100.000 no total). O hedge consiste em se posicionar no sentido contrário. Paulo terá de vender US$ 50.000 em ações da Coca-Cola e US$ 50.000 da Amazon. Assim, quando vier a baixa no mercado, a posição comprada desvaloriza, mas a posição vendida valoriza com a baixa e, desse modo, ambas as posições se neutralizam e há uma situação de neutralidade financeira no portfolio. Paulo perde valor na posição comprada e ganha valor na posição vendida e uma operação neutraliza a outra. Em resumo, uma operação de hedge consiste numa trava financeira. Quando o ciclo de baixa passar e as ações da Coca-Cola e da Amazon retornarem aos patamares originais, Paulo encerra as posições vendidas, liquidando assim o hedge, a trava financeira. Ao cabo não terá ganho financeiro nenhum com a operação, mas seu objetivo primordial de preservar o valor total do seu portfolio terá sido alcançado.

A dificuldade em fazer essa operação consiste na impossibilidade de estar vendido e comprado ao mesmo tempo na carteira de ações. Como já foi mencionado mais acima, operações de venda no mercado de ações não são um procedimento simples de se fazer. Tradicionalmente uma operação de hedge dessas seria feita com opções de ações, contudo se trata de um derivativo financeiro de elevada complexidade que exigirá acompanhamento constante por parte do investidor em função das múltiplas rolagens necessárias.

Uma maneira muito simples de efetivar essa operação de hedge é por meio de CFDs. Basta que Paulo recorra a um broker (corretora) que ofereça CFDs das ações da Coca-Cola e da Amazon. Como um CFD imita praticamente com perfeição o movimento do ativo real (no caso, as ações) acaba por ser um instrumento financeiro excelente para uma operação dessa natureza. A generosa alavancagem oferecida junto dos CFDs e a ausência de comissões facilita tanto na estruturação da operação quanto no seu custo final à medida que Paulo não precisará fazer o aporte do valor total, apenas do necessário para abrir a posição acrescido de uma margem adicional para garantir a posição aberta no período que julgar necessário.

A imensa variedade de CFDs

Uma corretora como a FxPro oferece uma imensa variedade de CFDs para seus clientes. São mais de 250 CFDs espalhados nos mais diversos mercados financeiros do planeta tornando possível ao trader profissional, semi-profissional e amador uma atuação em escala global.

No passado recente era comum o pequeno e médio investidor ficar preso ao mercado nacional e limitado aos instrumentos disponibilizados pela Bolsa de Valores e pela corretora (broker). Apenas grandes investidores com dotação financeira fora do comum conseguiam acessar mercados e ativos que hoje a indústria de CFDs disponibiliza para qualquer investidor que tenha interesse.

A FxPro disponibiliza instrumentos CFDs dos setores de Forex, Ações, Futuros (commodities: soja, milho, cacau, algodão, trigo, açúcar, etc), Índices de ações, Metais Preciosos e Semi-preciosos (ouro, prata, platina) e Energias (petróleo tipo Brent, tipo WTI, gás natural).

Não expira, sem rolagem, sem comissões complicadas

Ao contrário de outros contratos, contratos CFD não estão sujeitos a data de expiração, a decaimento ou o fenômeno de rolagem.

Ao negociar um contrato futuro tradicional, por exemplo, o trader precisa ficar atento, pois esse tipo de contrato tem uma validade específica. Na sua origem, contratos futuros foram criados para vender ou comprar um produto tangível, normalmente uma commodities como milho ou soja, com o preço cotado “agora” para realizar a entrega (ou recebimento) do produto na data “x”. Por ter nascido como um instrumento utilitário para produtores e compradores, os contratos Futuros foram organizados dessa maneira. Conforme os contratos futuros foram se popularizando nos mercados financeiros passaram a se tornar alvos de especulação. Sendo negociados, não apenas como um meio de garantir um determinado preço e a entrega em data pré-acertada de uma quantidade pré-determinada do produto, mas como algo possível de ser negociado em busca de lucro especulativo.

Nesse sentido os CFDs que espelham Contratos Futuros vão automaticamente sendo ajustados para refletir o contrato em voga naquele momento. Próximo à data de expiração do contrato futuro o CFD rapidamente passa a espelhar a nova série principal de modo que para o trader há simplesmente a continuidade das cotações como se fosse um ativo financeiro como qualquer outro.

Outro tipo de instrumento financeiro tradicional que experimenta decaimento e expiração são as opções, muito utilizadas para hedge de portfolio. Nesse aspecto também o CFD se mostra um recurso muito valioso e mais vantajoso do que as opções tradicionais como já foi explicado anteriormente.

Facilidade de negociação dos CFDs

CFD é um tipo de derivativo financeiro que é negociado num regime OTC (mercado de balcão) o que extende ainda mais sua flexibilidade enquanto instrumento financeiro. Ativos em regime de negociação OTC estão desvinculados dos horários de funcionamento tradicional da Bolsa de Valores o que faz com se sejam muito mais acessíveis e interessantes para o investidor.

Uma das limitações das Bolsas de Valores são seus horários de funcionamento que impedem que o especulador desenvolva suas atividades fora de horários específicos pré-determinados reduzindo assim a capacidade de auferir lucros no mercado. Independente do horário, os CFDs tem por característica a possibilidade de ser negociados em qualquer momento de acordo com a conveniência do trader.

Outra vantagem oferecida pelos CFD está na possibilidade de negociar pequenos volumes. Tradicionalmente, os grandes players do mercado vinculavam a quantia mínima negociável de um instrumento a um valor de patamar muito elevado impossibilitando assim a participação de investidores e especuladores menos capitalizados. Com o tempo e o desenvolvimento tecnológico, gradualmente, observou-se que seria vantajoso flexibilizar os padrões do mercado de modo que foram surgindo contratos, ativos e ramos de negociação que permitem a participação em menor escala. O mercado fracionário na Bolsa de Valores brasileira é um exemplo dessa flexibilização. Contratos como mini-dólar e mini-ibovespa, também.

CFD é um instrumento desenvolvido abraçando plenamente essa tendência de flexibilização do mercado financeiro. No passado, o acesso a determinados mercados e instrumentos era restrito a investidores dotados de uma quantidade vultuosa de capital. Não apenas de capital, mas de capital disponível para investimentos de risco como são os investimentos em renda variável.

Podemos citar como exemplo o mercado de futuros. Um contrato tradicional de petróleo (crude WTI) é uma unidade que equivale a 1.000 barris de petróleo. A cotação atual, que está num mínimo histórico, está próxima dos US$ 50,00 por barril. Isso significa que um único contrato tradicional de petróleo WTI no mercado de futuros equivalia a transação de um montante financeiro de 50 mil dólares. Uma quantia considerável.

O CFD oferecido pela FxPro para esse contrato futuro possibilita que um investidor comece a especular nesse mercado em unidades a partir de 10 barris de petróleo, i.e., operações com um volume financeiro a partir de US$ 500.

Tutorial: Como Começar a Negociar CFDs?

Um dos aspectos mais importantes para negociar CFDs e produtos financieros segundo grandes traders profissionais diz respeito à postura mental e psicológica frente ao mercado financeiro. Erros na postura mental e na disciplina do aspecto psicológico são descritos como os grandes sabotadores de um especulador no mercado. Ganância, ansiedade, falta de prudência, impaciência, indisciplina, falta de preparo prévio para atuar no mercado, são gatilhos que levam a resultados indesejados.

A esperança de ficar rico rápido com o mercado financeiro é muitas vezes o pensamento que motiva a pessoa a entrar no mercado de capitais, mas, lamentavelmente, é um anseio que mais atrapalha do que ajuda. Salvo raríssimas exceções, casos em que o indivíduo teve um grande golpe de sorte, investir e especular com CFDs não é uma fórmula mágica para enriquecer rapidamente. O problema nesse pensamento é que leva o trader novato a alimentar expectativas demasiadamente elevadas e irreais para com o que é possível no mercado.

O misto de expectativa elevada, inexperiência, falta de uma base sólida e impaciência frequentemente leva o trader iniciante a assumir riscos elevados demais que infalivelmente comprometerão o valor do seu principal (o capital inicial que tinha para investir).

A melhor atitude frente ao mercado — um mundo novo e desconhecido para quem está ingressando — é uma atitude de modéstia, prudência e respeito. O primeiro dever de um investidor, seja veterano ou iniciante, sempre deverá ser de proteger o seu capital inicial. Jamais fazer com ele apostas temerosas na esperança de alcançar retornos mirabolantes. Um trader que perde seu capital inicial deixa de ser um trader, posto que perde o fundamental para que possa atuar no mercado. O capital é como o ar que respira e que lhe dá vida e força para atuar, por isso deve preservá-lo ao máximo.

Nunca se deve perder de perspectiva que o motivo que leva os investidores a negociar em mercados de renda variável não é o ato de especular em si, mas o objetivo fundamental de obter um rendimento financeiro superior ao que é possível às modalidades de investimento em renda fixa. A qualquer custo? Não, ao custo de um risco razoável e racionalmente aceitável. Se para obter um rendimento igual ou um pouco superior ao CDI o risco é o de perder um quarto, metade ou todo o capital, então evidentemente não se trata de um investimento racional e razoável. A relação risco-ganho é um dos parâmetros fundamentais para avaliar a racionalidade uma operação.

Ajuda muito o aspirante a trader manter sempre em perspectiva que o mecanismo dos juros compostos (juros sobre juros) é uma das grandes forças do universo. Mais importante do que grandes lucros em operações esporádicas é alcançar a constância de semana após semana, ano após ano, acumular uma série de operações bem sucedidas com rendimentos não tão espetaculares, mas que embarcam nessa progressão geométrica dos juros compostos. Uma boa gestão de risco e de gerenciamento de capital aplicados com muita disciplina no dia a dia do trading de CFDs é o segredo para aliar essa força aos seus esforços.

Nesse sentido será útil ao trader alimentar um sentimento de modéstia e um sadio senso de proporções. Ao invés de definir uma meta estelar de rendimento (por exemplo, dobrar o capital em alguns meses) pode estabelecer como meta um valor menor, mas realista. Num país como o Brasil em que a taxa de juros está próximo aos 6% a.a. o trader que alcançar ao ano um rendimento de 12~20% num ano (o equivalente a 0,9 ~ 1,5% ao mês) estará tendo um desempenho fenomenal.

Outra armadilha comum ao iniciante no mundo dos CFDs é a crença infundada de que conseguirá capturar e capitalizar todos os movimentos do mercado financeiro. Nenhum trader e nenhum sistema de trading possui essa capacidade de lucrar com 100% dos movimentos de uma ação, CFD, etc. Por mais hábil que seja um trader ou um sistema de negociação sempre haverá uma ineficiência. A tentativa de negar esse fato faz com que o operador aumente sua exposição no mercado o que é o mesmo que dizer que estará aumentando a exposição do seu principal (capital) aos riscos inerentes do mercado. Quantidade de operações não faz qualidade.

Passo-a-passo para começar a negociar CFDs

  1. O primeiro passo para começar a negociar CFDs é escolher um broker (corretora) da sua preferência. Ao escolher uma corretora é importante ter grande atenção à reputação e ao histórico da mesma. É imprescindível que opte por um broker registrado na entidade reguladora de um dos grandes centros financeiros do mundo como Reino Unido, Estados Unidos, Cingapura e Dubai. Em seguida verificar a gama de instrumentos financeiros (CFDs, ações, Forex) oferecidos pelo broker (corretora) para ter certeza que ela oferece acesso a mercados e instrumentos que gostaria de negociar. Os recursos e a plataforma que a corretora oferece aos clientes é também muito relevante. A FxPro é uma corretora referência no mercado mundial de CFDs correspondendo a todas as condições elencadas.
  2. Escolhido o broker, abra inicialmente uma conta demonstrativa para que possa começar a se familiarizar com a plataforma, com o método para abrir posições e posicionar ordens, com os gráficos, a interface, etc.
  3. Se jamais atuou com operações em mercados financeiros e CFDs este pode ser um bom momento para ler e estudar com um pouco mais de profundidade esse tema fascinante. Ao fazer isso poderá definir:

Qual sistema de negociação vai utilizar? Existem muitos bons sistemas descritos pela internet. O desafio inicial de um trader iniciante é encontrar um trade system que se encaixe no seu perfil pessoal, no seu tempo disponível, no CFD escolhido, etc.

Como pretende analisar o mercado? Análise técnica pura? Análise fundamental? Um híbrido de análise técnica e fundamental?

Vai concentrar esforços em qual mercado? Em quais CFDs? Grandes especuladores (indivíduos) geralmente se especializam num tipo de mercado e num instrumento (CFD) específico buscando a maestria no mesmo.

  1. É muito recomendável que pratique com seriedade durante algum tempo na conta demonstrativa da corretora até i) perceber ter sido capaz de estabilizar uma rentabilidade positiva nas diferentes fases do mercado; ii) alcançar um entrosamento profundo com o sistema de negociação que escolheu (trading system), com a plataforma de negociação, com o CFD escolhido e com a disciplina e psicologia do trading; iii) se sentir seguro para fazer a mesma coisa investindo dinheiro real.
  2. A remessa de dinheiro para o broker é uma decisão marcante. Quanto investir? O conselho tradicional dado por investidores veteranos calejados pelo mercado é: “quanto você aceitaria perder sem maiores desesperos e impactos para sua família e sua saúde?” Dito em outras palavras: “não invista além do que você está preparado para perder”.

É importante seguir esse eixo orientador para que possa realizar suas operações de compra e venda de CFD com tranquilidade e com o mínimo de armadilhas psicológicas. Especular no mercado de renda variável precisando do dinheiro para arcar com outras obrigações é uma pressão que atrapalha e sabota profundamente o especulador.

Seja prudente de iniciar com um valor baixo, mesmo que tenha disponibilidade para mais. Se no primeiro ano negociando CFD verificar bons resultados, então faça gradualmente aportes maiores escalando proporcionalmente as operações.

  1. Antes de iniciar a operar CFDs, seja uma conta demonstrativa ou uma conta real, defina o seu plano de gerenciamento de risco. Dê preferência sempre para sistemas de negociação que utilizem o stop loss. Defina sempre o volume financeiro da operação em relação ao stop loss e ao valor depositado na sua conta.

Quanto vai arriscar por operação? Ou seja, qual a perda máxima em caso de uma operação mal sucedida. Um exemplo, a análise do dia indicava que CFDs das ações do Google permaneceriam numa tendência de baixa e por isso, desejando lucrar com esse movimento, o operador entrou vendido no CFD, porém, notícias positivas inesperadas para a companhia fizeram com que o CFD se valorizasse e iniciasse uma tendência de alta. A análise falhou e a cotação disparou o stop loss. Inevitavelmente isso acontece. Qual a perda máxima do total investido que essa operação vai significar? Isso deve estar definido antes de iniciar a transação.

Dica — recomenda-se arriscar no máximo 2% da conta numa única operação o que já é um valor muito elevado. Valores como 1% ou 0,5% são recomendáveis. Se depositou US$ 2.000, um stop loss de 1% significa uma perda de US$ 20. Reajustar sempre esse valor contabilizando os ganhos/perdas. Se for negociar mais de um ativo, dividir esse risco entre os ativos — 0,5% no ativo A + 0,5% no ativo B = 1% global).

Há operadores que estipulam regras disciplinares adicionais ao negociar CFDs e outros instrumentos, por exemplo: parar de operar no dia após duas transações negativas consecutivas; ou ainda, ao atingir a meta de ganho do dia/semana, encerrar as operações.

  1. Horários de negociação. Nem todos os papéis financeiros são negociados com a mesma intensidade nos mesmos horários. Ao selecionar um determinado mercado financeiro e um CFD para especular é importante verificar o horário em que essa praça estará aberta. Um exemplo, CFDs de ações de empresas japonesas, CFDs de índices de Bolsas de Valores asiáticas não devem ser negociadas ao meio dia do Brasil, pois corresponde à madrugada do continente asiático, momento em que esses mercados estão fechados. Da mesma maneira, CFDs de contratos futuros de milho são mais negociados durante a sessão de Nova Iorque. Se for negociar produtos financeiros denominados em libra esterlina o melhor momento para tal é durante a sessão de Londres.

Por isso, ao selecionar um CFD para especular, verifique se seus horários de atividade correspondem ao período ótimo do mercado em questão.